O dia 24 de agosto de 1954 ficou marcado na história do Brasil. Isso porque há 65 anos o ex-presidente da República Getúlio Vargas saiu da vida para entrar na história. O patrono do Partido Trabalhista Brasileiro suicidou-se com um tiro no peito, no Palácio do Catete, antiga sede do governo. No propósito de homenageá-lo e reverenciá-lo, líderes do PTB participaram nesta terça-feira (20) de cerimônia no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, em memória ao estadista e às obras sociais e econômicas que construiu e permanecem vivas até os dias de hoje.
Compuseram a mesa o líder do PTB na Câmara, Pedro Lucas Fernandes (MA), autor do requerimento da homenagem; o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson; o vice-presidente nacional e presidente do PTB da Bahia, Benito Gama; a presidente nacional do PTB Mulher, Graciela Nienov; o presidente nacional da Juventude do PTB, Pedro Chaves; o ex-senador Armando Monteiro (PE); o ex-deputado federal e ex-ministro do Trabalho Ronaldo Nogueira; e a presidente do PTB do Distrito Federal, deputada distrital Jaqueline Silva. Também estiveram presentes deputados e presidentes estaduais do PTB, o primeiro-secretário-geral, Norberto Martins, o secretário de Comunicação, Honésio Ferreira, o presidente da Fundação Ivete Vargas (FIV), Chico Galindo, e demais lideranças do partido.
Em seu discurso, Roberto Jefferson destacou as conquistas criadas por Getúlio Vargas em prol dos brasileiros, como a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Segundo ele, com essa e outras ações, Getúlio tirou os trabalhadores da “marginalidade” social em que viviam ao tomar as primeiras atitudes em relação ao seu bem-estar.
De acordo com o líder petebista, a passagem do gaúcho de São Borja (RS) pela Presidência da República “transformou de tal forma a alma da nação que até hoje se discute se a Era Vargas foi concluída ou não”.
“Vargas tem lugar cativo no inconsciente coletivo do país não apenas como ‘pai dos pobres’ – como gostava de ser reconhecido –, mas também como pai do trabalhador de nosso Brasil, nos provando que mitos se fazem muito menos com o que falam ou esbravejam e muito mais pelo que se realizam. E Getúlio realizou”, enfatizou.
“Na carta-testamento que legou a todos os brasileiros ao nos deixar naquele fatídico 24 de agosto de 1954 – data que hoje reverenciamos –, Getúlio Vargas entrou efetivamente para a galeria dos grandes heróis nacionais, ao se preocupar, acima de tudo, com o bem-estar do povo, para além da grandeza nacional e além da sua própria grandeza”, afirmou.
Sentimento
Em seu pronunciamento, o deputado Pedro Lucas Fernandes ressaltou o “sentimento” da atual bancada do PTB na Câmara no fortalecimento e na renovação do partido, a fim de que cresça como agremiação partidária e, consequentemente, ajude a colocar o país de volta aos trilhos do desenvolvimento social e econômico.
“O sentimento de Getúlio Vargas nos faz aprovar leis, a pensar em um partido próspero, que não é extrema-direita nem extrema-esquerda. A gente precisa de um partido que trabalhe para o trabalhador”, disse Pedro Lucas, autor do requerimento da cerimônia em homenagem a Getúlio. “Que a partir de 2020 a gente prospere a imagem de Getúlio e possamos fazer mais pelo Brasil.”
Gratidão
Em seu discurso, Graciela Nienov enfatizou o trabalho de Getúlio Vargas a favor das brasileiras, outorgando-lhes direitos sociais e políticos, como, por exemplo, o direito ao voto e a concorrer às eleições. Para a presidente do PTB Mulher, Vargas foi um “presidente sensível” à causa e à demanda feminina e, graças a ele, “conquistamos direitos que até hoje vigoram em nossa legislação”.
Na ocasião, a líder do movimento feminino do PTB disse que as brasileiras precisam de um “novo Getúlio Vargas, que nos defenda e que modifique a legislação para garantir uma igualdade que nunca tivemos”. Graciela frisou que as mulheres não querem ser mais nem melhores que os homens, “mas entendemos que precisamos progredir muito no que se trata de igualdade e direitos”.
“Getúlio foi um verdadeiro herói da nossa pátria, um líder que pensou muito à frente do seu tempo. Para nós, mulheres, a sua importância é ainda maior, pois a nós ele dedicou uma atenção especial. Nos incentivou, protegeu, nos integrou à sociedade que se modernizava, e, com isso, estimulou que as gerações futuras passassem a aceitar a participação da mulher como essencial para alavancar a economia. Por tudo isso, nós, mulheres, temos sempre que dizer: muito obrigada, presidente Getúlio Vargas”, encerrou.
Visionário
Ao denominar Getúlio Vargas como homem “visionário, corajoso, determinado a lutar por aqueles que mais precisavam”, Pedro Chaves elencou obras criadas pelo patrono do partido. O presidente da JPTB ressaltou que as políticas sociais e econômicas feitas por Getúlio foram fundamentais no combate às desigualdades e ainda refletem as principais necessidades e desafios que os brasileiros enfrentam para levar uma vida digna.
“A Petrobras, a CLT, o IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística], o conceito de saúde pública, o voto das mulheres, a regulamentação de trabalho do menor aprendiz e a fundação do PTB, por exemplo, são inúmeros feitos que marcaram a trajetória desse grande estadista chamado Getúlio Vargas”, declarou.
Na ocasião, Pedrinho destacou também o pioneirismo e o comprometimento do PTB e de suas lideranças com o crescimento do Brasil. Segundo o líder do movimento jovem, o PTB é um partido de vanguarda e que tem renovado os seus quadros, apresentando novas ideias e alternativas para o país e, sobretudo, buscando medidas que beneficiem o cidadão brasileiro, em especial o trabalhador.
“O PTB nunca foi um partido dogmático, ideológico, com posições imutáveis e estáticas. Sempre entendeu o momento do país e as necessidades do povo”, enfatizou. “O nosso lado será sempre o da população, o da defesa dos que mais precisam e dos que empreendem”, encerrou.